Cavaco de Bola

                 


 Um papo de Futebol e Esporte,

com... e sem bola !


Nelson Martins

Profissional de Educação Física e Esportes

_Cref 18.727 G-SP

Que alcance a baliza!

Abel Ferreira, Diego Ribas e Endrick


Recentemente, o Treinador Abel Ferreira enalteceu a postura de Diego Ribas (ex-meia do Flamengo e Seleção Brasileira), pela mentalidade de Diego e, especialmente, por seu comentário de apoio ao Endrick em relação ao excesso de “cobranças”. Muito interessante e justa a recomendação de Diego para o bem do Futebol Brasileiro, por Abel, que já aproveitou para deixar o tom brando e sua posição acolhedora sobre o jovem Endrick.

Fato é que, mesmo concordando com Abel e Diego, temos isto como apenas um dos aspectos sobre o futuro craque, mas, não encerra-se o espaço para opiniões e críticas, até porque não há como não serem comentados a realidade e fatos. Os dois personagens sabem que não calam a visão alheia e, menos ainda, em um esporte de tanta e necessária visibilidade como o Futebol.

O que temos, então, são algumas colocações, estranhamente incômodas à pessoas muito envolvidas, ou sejam:

- como é sensacional a cada momento com a bola e jogada este Endrick(?);

- equipara-se a craques fenomenais em cada jogo e quantidade de lances espectaculares ou ótimos, ou ainda, à empolgação causada por estes outros craques a cada lance, a cada aparição no início profissional (?);

- tem, Endrick, este brilho e convence no nível da expectativa que foi criada e alimentada(?);

- seus números gerais e seu arquivo de jogadas diferenciadas realmente impressionam?

A superdimensão, as “altas previsões” – muitas vezes mais que intencionais, a “produção” de algo (mais) fenomenal, equiparando-o a craques já consagrados, de forma afoita e precoce, traz ao jogador o peso e fardo prejudiciais e até inibidores de seu desempenho, suas atitudes e seu desenvolvimento.

Torcedores apaixonados, mídia afetada e comprometida com clubes, propaganda intencional de empresários e marqueteiros, sejam do jogador ou do clube, são os responsáveis por esta porção de “bola de cristal” ou “bolha de sabão” que agora paira sobre os que se envolveram nesta aventura midiática esportiva e muito mais sobre o desempenho de Endrick.

Os milhões? Ah, estes também foram ferramenta da parcial ilusão, do mal dimensionamento.

Nada de torcer contra ou duvidar do êxito da carreira de Endrick. Apenas, lamenta-se que os jogos e jogadas formidáveis não falaram primeiro. Então, que agora venham.

Já se trata de dar uma volta por cima. É uma pena que “levantaram a baliza a outro patamar”. 

Com a palavra, os jogos e jogadas, os títulos e as estatísticas.

O menos responsável? O atleta. 

Que Endrick alcance a baliza!